13 de outubro. Data de boas recordações porque, historicamente, registra a última aparição de Nossa Senhora de Fátima aos pastores portugueses da Cova da Iria.Devoto de Nossa Senhora de Fátima, faço aqui o registro para que todos saibam da minha posição quanto ao evento.
No campo pessoal, também, estou carregando as tintas das lembranças neste período do ano.
No mês de outubro, na família de meu pai,há muitas datas aniversárias: iniciando por minha avó centenária, cuja memória guardo sempre comigo e terminando com o aniversário, no dia dedicado às bruxas, do meu primogênito.
Ontem, dia dedicado às crianças, cultivei uma pontinha de saudade, relembrando a infância dos meus filhos e, por que não, a minha própria infância na Avenida do Imperador, localizada numa cidade que já não existe, onde jogávamos bola de meia nas calçadas, gastando energias, sonhando mais alto que os balões desferidos por nossos pés impetuosos.
Parece que escuto a voz de Augusto Calheiros repetindo: "Garoto da rua que anda na frente da turma valente, que tasca balão, na boa de meia é craque afamado..."Ou,quem sabe, Ataulfo Alves: "Jogos de botões sobre a calçada...eu era feliz e não sabia".
Não faz muito tempo, em jornal local, li as reminiscências de um jornalista ao embalo da música de Gilberto Gil : "o sol nascente é tão belo...Sítio do Pica Pau Amarelo".
E a gente vai desfiando as lembranças, as saudades, o novelo da vida que vai se desfazendo tão rapidamente, que o moleque atrevido que vive empoleirado em nossos ombros, por força da sua energia revigorada a cada dia,parece saltar à nossa frente, gingando e dançando, perseguindo incansável a bola colorida da felicidade.