Usina de Letras
Usina de Letras
137 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62773 )
Cartas ( 21342)
Contos (13287)
Cordel (10347)
Crônicas (22564)
Discursos (3245)
Ensaios - (10536)
Erótico (13585)
Frases (51153)
Humor (20114)
Infantil (5541)
Infanto Juvenil (4865)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141073)
Redação (3341)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1964)
Textos Religiosos/Sermões (6297)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->Alerquim -- 09/11/2003 - 01:59 (Vilas Maia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Porto, .. de Dezembro de ....
- ....

Procuro-te.
Tenho coisas a dizer-te... sim, na cara, dentro dos olhos, onde as palavras não são medidas nem pensadas... talvez por isso mais exactas.


Sigo no meu monociclo, como quem rendido à evidência do papel interpretado... o truque desfalece das mãos, quando a verdade de um simples gesto é enunciado no ar...

O arlequim será sempre um palhaço triste, que vive da pena e do sentido maternal das mulheres... numa das faces vem a alegria do pueril, magia representada pela lua; na outra face, a lágrima (a purificação e a verdade), de só viver pela penumbra, que disfarça o não ser já pueril.
Pelo til que vive o meu nome, afogo-o para o soltar num Ah! Um Ah maiúsculo, um maravilhar, como eu soltei quando vi a Guernica pela primeira vez, num museu no jardim do Prado, em Madrid.

Longo foi o meu olhar, quando percorreu as linhas da tua milonga... queria que fossem mais de três mil volumes... o riso não tem lugar, nesse lagar que tornou vinho a nossa cumplicidade... cidade verdade, herdade plácida onde os frutos são suculentos e as cores vivas... furtivas a toda a realidade...

Vivemos no sonho... enquanto furamos os ventos de frente, como quilha da caranguejola, soltamos os nós, e de nós, o pássaro, que fizemos viver dentro de uma gaiola... vê como ele plana... altivo, azul turquesa com as pontas das penas mais afoitas em vermelho vivíssimo... nem o sol consegue ofuscar-lhe a côr... de cor ele sabe lançar um lustre para além de um arco-íris ilustrado...

Sem til, continuo eu, de trás para a frente, de máscara desbotada, a tentar não perder o balanço, em cima do monociclo... uma lágrima desenha-se por entre as pontas da lua, defenestrando a lágrima em direcção à boca, revelando a minha tez...

A verdade assume o compasso do tango... é, porém, a sua vez de fazer arquear a vela...

Tudo se dissipa agora...
os meus artefactos são torpes, as mãos nem corajosas são, quando depois de ler a mais bela carta de amor de forma não concebida, nem sonhada...

o monociclo fica pousado no colo, como quem aconchega o passado num embalo negligente... que me transporta para o passeio nú, em ruas vazias e espelhadas. Por força da chuva forte e tenente a um presente sem lugar...

O vinho veio do lagar... penso eu, racionalmente....
Mas (n)este lagar não teve lugar, mas tempo...
Mas foi o vento porteña, que nos trouxe de encontro a uma vela difusa, de uma nau confusa, como só Xeus sabe ser...


O tudo e o nada
Ser, sendo
“no paraíso do teu olhar”
Samurai ou Ronin...


J.Vilas Maia
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui