Tenho cara, sim senhora, e estimo até bastante a dita de mantê-la quanto possível à vontade, livre de constrangimentos. Posso afirmar sem o mínimo lapso que sou senhor muito orgulhoso de minha cara.
Só que aqui, aqui, a minha cara é igual à de todos, igual à sua, enfim, cara que não se vê, cara que não cora e sequer fica lívida.
Mas... Não entendo: o que tem aqui a cara a ver para o caso? Quantas vezes me tenho referido ao descarado descaro em que estou envolvido?
Quando assim é, minha cara e caríssima, não há outro remédio senão assumir o supremo descaramento sem cara. Né?!...
Olhando à persistência mútua de nossas personalidades, se fosse minha amiga, como me aconselharia a proceder?... Ah!... Já sei: chamar-me-ia cara de "quê"?!...
Torre da Guia = Portus Calle
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