NUMA SEPULTURA
Numa casinha cheia de escombros
Ouve-se um choro de recém-chegado;
Alguém que envolto em assombros
Já nasce com o destino celebrado.
Mas ali perto, sob terras e arreias
Jaz na tumba, sem causa morte,
Aquele em cujas podres veias
Corriam puro sangue do norte.
Não ouvirás, com a morte chegada,
De tua última obra deixada
De dor e fome tristes lamentações.
Não verás mais tantos famintos,
Nem inúteis mortes por instintos,
Nem teu filho em meio a ladrões.
|