 É impossível escapar pela indiferença a Maldizene Papagaiarder. O seu estilo corrosivo e rebaixante, do tipo que está na disposição de tudo, tudo e tudinho, sem se importar por cima de quem passa para lograr o que lhe dá na veneta, o seu estilo rebaixante, reescrevo, faz levantar qualquer cadáver. A forma teclante como expressa o que lhe vai na cabeça e expele pela grotesca bicanca, transmitindo a excrecência às unhas degradadas pela intensidade do verniz barato, faz qualquer um correr à volta de uma mesa para tentar agarrar-se a si próprio. A maneira explicitamente tresloucada como arranja a confusão com os "douradinhos" que sucessivamente lhe arrastam a asa e ficam depenados, provoca um estendal de decepções. A quase total ausência da noção real em face da facilidade virtual, o que a torna a maior cabra papagueante da Usina de Letras, terá ocasionado muitas saídas de computadores pela janela fora. Só que, ame-se ontem e odeie-se amanhã, nenhuma outra figura feminina lhe leva a palma neste sítio, e é esse facto que deveras conta quando porventura, se a Usina daqui a uma vintena de anos existir, alguém fizer o seu balanço histórico. Ela, a Maldizene Papagaiarder - reconheça-se... Apre - é sem dúvida a reencarnação de todas as grandes megeras que se celebrizaram e destronaram reis, presidentes, ministros e até varredores de rua, vagabundos de valeta, pestilentos sem-abrigo apaixonados. Ela é sublimemente única. Por consequência não resta senão amá-la e odiá-la com a maior das intensidades... No fundo... No fundo... Para quem leva com ela de repente e lhe vai no engodo... Até é uma papagaiarder bem simpática... É ou não é?...
Torre da Guia = Portus Calle
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