Sociedade vampiresca
Se esta sociedade na qual eu vivo fosse algo mais humana, justa e um pouco menos vampiresca, talvez eu um dia conseguisse me sentir alguém. Alguém que só a minha vontade de vencer e o esforço por mim desprendido para isso não são o suficiente para me transformar.
Um alguém muito feliz, produtivo e cheio de paz. Um ser humano que é visto e tratado com justiça e respeito pela sociedade a qual pertence.
Só que nada disso existe nesta minha realidade.
Nela eu dou de mim, mas nunca sou recompensado com a necessária justiça e por isso a minha produtividade é quase sempre incompleta e tenho a felicidade toldada pelos erros e desleixos dos dirigentes dela.
Viver nela como ela é faz com que a maior parte do tempo eu me sinta ninguém e existe um único bálsamo para aliviar a dor que me é trazida pelo peso desse sentimento. Ele me envolve quando o meu pensamento permite que eu sonhe ser alguém.
Só sonhando é que eu consigo criar um mundo em que consigo ser alguém e me sentir completamente feliz ao lado de um outro alguém.
- Há, se eu fosse alguém...
CARLOS CUNHA
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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites
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