Às vezes acordo a beira de um precipício...
Choro como se o mundo fosse acabar...
E naquele instante vejo o oceano nascer...
Às vezes me rasgo pra depois colar...
Procuro respostas pra perguntas incertas...
Não vejo saída mesmo diante da porta...
Às vezes o que é demais não basta...
É pra sempre ou nunca mais...
Às vezes me selo como a um envelope e passo por baixo da porta...
Por vezes o estrondo é tão grande no meu silêncio que assusto o mundo...
Às vezes grito no olhar...
Salto tal qual uma pantera a presa...
Mas não toco, só olho...
Às vezes me cego...
O silêncio que impera fora...
Escandaliza dentro...
É tempestade...
Por fora aparente calmaria...
Viajo, passado e presente, no mesmo instante impreciso...
Me calo e te falo o que não consigo.
22/03/04.