Moscas verdes
Numa tarde ensolarada e muito quente, de um dia no meio da semana, eu pedalava minha bicicleta por uma praça quando vi, no meio dela, um monte de fezes animal – merda, pra ser bem claro. Sobre aquela massa asquerosa tinha dezenas de moscas verdes aglomeradas, com várias outras voejando desesperadas em volta, a espera de espaço e vez de participarem daquele banquete pútrido.
Senti-me enojado, mas ao mesmo tempo gargalhei gostosamente.
As moscas usavam paletó e gravata. Em cada uma delas eu vi o retrato de algumas pessoas que conhecemos. Aquelas que se deleitam sobre e com a podridão existente no sofrimento e na miséria humana.
CARLOS CUNHA
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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites
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