Minha querida
Aqui cheguei, há pouco mais de dois anos, e espalhei as minhas palavras, por estas páginas amarelas, em comentários e textos.
Deixei-as aqui... Deixo quase diariamente. Palavras eu perdi por quase mil cantos, que descobri e que me descobriram.
Encontrei amigos e conheci almas. Partilhei minha vida nos momentos em que aprendi e deixei-me cair em sentimentos que me uniram a um alguém. A olhares tristes que vi e que tentei descrever, que tentei compreender. Conheci a angústia e o limite da minha razão se perdeu.
Passei por noites frias e fiquei molhado pelo suor trazido pelo calor tórrido. Lancei dúvidas sobre o “tu” e sobre palavras que li aqui, como sobre as que tentei escrever.
A lua eu escrevi e descrevi, vezes sem conta, ora com os sorrisos, ora com as lágrimas de sangue que em mim calaram.
O amor. Tentei escrever sobre ele sem nunca saber o que era ao certo. Tantas eram as interrogações que quase enlouqueci.
A minha solidão eu mostrei e na normalidade poética recordei a dor sentida. As lágrimas vividas eu derramei em poemas, sem saber que elas se encontravam novamente ao virar cada esquina.
Diversas vezes o desanimo me atingiu, por causa de um ou outro ser pedante, mal-educado e agressivo, e nessa hora pensei em desistir de tudo, de largar a minha pena.
Não fui capaz de dizer adeus a tantas pessoas queridas que encontrei aqui. Disse no máximo um “até já”, mesmo sabendo que talvez o meu amanhã não exista.
CARLOS CUNHA
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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites
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