Hoje Descobri que morri e que não estou no paraíso. Descobri o que era óbvio. Que eu estava morto. E morto permanecerei até o fim dos tempos. Estou redundando nesta morte, mas é o que me consome os dias infindáveis, as noites insones e as madrugadas sem lua. Meu corpo esta em adiantado estado de decomposição, meu coração esta hirto, meu sangue congelado, meus olhos secos de lágrimas, minha vida acabada.
Nada mais me importa agora. Não me importa estar morto esquecido e deplorável, não há nada que possa me afetar, que vá me desequilibrar, me tirar do sério, nada mesmo. Agora ouço a música do universo, inverto conceitos antes errados, sou um morto vivo. Vivo no limbo, limpo as vidraças das lembranças opacas, facas de gumes cegos, egos fragmentados do além vida, eternas saudades. O que resta de tudo isto? A morte. Então sou sem sorte a espera da morte, um consorte por esporte, um homem sem quem sequer sinta a falta. Sinto a falta de você que esta viva. Viva entre vivos. Eu estou morto entre os vivos. Um vivo morto. Morto de saudade de você. EU HOJE LEMBREI DE VOCÊ.