Querida Vilma,
Hoje, mesmo que venha chuva, vou enxergar o céu muito azul e ensolarado, pois é o seu aniversário e eu só vejo você assim: luminosa, serena, meiga e risonha como um belo dia de sol.
Penso, muitas vezes,aliás, tenho certeza, que a sua missão nesta terra é fazer o bem.
Lembro-me, quando eu ainda era criança, na saudosa Avenida do Imperador, nos dias das suas aulas de piano, que você vinha ver a vovó Ana, ficava um pedaço ali conversando, contando os sucessos do dia. Eu ficava escutando as suas observações inteligentes sobre os fatos mais significativos, pois as notícias ainda não voavam como agora, na telinhas, na internet...o mundo cada vez mais perdeu as fronteiras e, por conseqüência, as porteiras.
São lembranças, são saudades de uma época gostosa, quando a gente tinha tempo de se visitar e podia ainda andar pelas ruas da cidade sem temer violências, sentindo o cheiro dos jasmins nos quintais ao anoitecer. Hoje, praticamente, não há mais quintais, a gente vive empoleirado nos arranha-céus, rezando para que os nossos e nós mesmos sigamos em paz.
Minha querida prima, minha madrinha de apresentar, você que diariamente está nas minhas orações, reze por mim também e pelos meus, porque a vida tem me reservado surpresas amargas e a minha taça anda tão cheia de azedume que eu já nem me lembro bem do gosto bom do vinho suave que eu costumava provar.
Por aqui, sinceramente, eu continuarei rezando para que você tenha muita saúde, muita paz e muita disposição para continuar sendo esta pessoa tão cativante e tão boa num mundo tão repleto de ruindades.Deus lhe guarde!
