Estou indo embora
A volta não sei se é certa. Deixo as lembranças, deixo as palavras escritas, os sonhos que fechei em mim e que agora não mais me servirão. Estou indo em busca de nova vida, de um amor que já sei, antecipadamente, vai morrer por falta de afeição.
Não faça perguntas, pois o seu tempo acabou. Dei todas as horas, todos os minutos que eu pude contar, esperando que sua boca dissesse a palavra que eu queria ouvir.
O tempo passou e a vida acabou. A vida que eu havia dado ao amor que você fez nascer.
Mas não sei criar esperanças. Elas foram se apagando em cada deslize seu. Nas vezes em que me descobri mero acaso
Não fui o seu par mais perfeito e já nem sei o que fui verdadeiramente em sua vida.
Deixo ainda os meus pensamentos, todos eles que eram unicamente seus.
Vou vazia. Na bagagem apenas lenços, para limpar cada lágrima que ainda eu derrame. E, em cada vez que o fizer, o que eu usar, deixarei que fique como rastro pelo caminho em que passar, para ter a certeza que, quando voltar, possa mudar meus passos e seguir por outro lado, onde eu não perceba resquícios do que senti ao ir-me embora. E ter enfim, sua imagem apagada e o coração remodelado deste amor malfadado.
A chave fica embaixo do tapete, talvez como tenha feito comigo quando, ao meu amor, jogou fora...