Depois de tanto acreditar que teria uma oportunidade de ser ouvido em minha luta contra a imoral injustiça que me foi imposta por um poder econômico abjeto que se aproveita da ausência de caráter daqueles que teriam por obrigação moral a tarefa de preservar e defender o que existe de correto e inerente ao desenvolvimento da auto suficiência e da auto estima do Brasil agora incentivadas pelo presidente da republica, recebo desta "ouvidoria" a lacônica prova de sua total ausência de ética e de valorização do que é brasileiro,correto e coerente, lamento muito ter eu sido tão ingênuo ao ponto de acreditar que haveria no poder qualquer resquício de justiça de carater e de honradez. A senhora mudou sua postura e sua ação; é realmente uma pena, que as palavras à seguir, sejam as únicas que representem o que estou sentindo neste momento e também que sejam as que melhor lhe cabem.
A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação.A sua grande vergonha diante do estrangeiro, é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais.A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
Essa foi a obra da República nos últimos anos. No outro regime, o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade.