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Cartas-->Fazendo uma social com prostituta -- 03/09/2004 - 20:30 (Manfredo Niterói) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
APRESENTAÇÃO: Carta para agradar puta quando furei de ir comê-la, alguns dias depois de conhecê-la e ter-me feito um boquete gostoso

Niterói, Setembro de 2004.

Priscilla,

Antes de qualquer coisa quero desculpar-me por não ter cumprido da forma ideal o que havia acordado com você quando nos encontramos. Poderia até mesmo inventar o quisesse pois imaginação não me falta, mas não é o caso; posso fazê-lo (mascarar a verdade com uma desculpa qualquer) ou posso dizer-lhe o que aconteceu, o que senti e o que pensei à data de encontrar-te.
É o que prefiro fazer ao invés de encher-lhe verbalmente com palavras que o vento levará e, com certeza, fará com que cada dia que passe, menos confie nas pessoas que conhece.
Por não desejar que qualquer ser humano seja descrente quanto às pessoas com quem convive; por não desejar que você deixe, a cada dia, um pouco da confiança que todos devemos ter com nossos semelhantes, lhe explico – mesmo sem saber de seu interesse acerca de meu relato – o ocorrido.
Quando nos encontramos não queria possuí-la como pediste, e você entendeu; afirmei naquela data que, dias depois, a encontraria para saciar sua vontade. Acreditava, naquele momento, que pudesse fazê-lo sem problemas, e por isso de livre e espontânea vontade marquei com você data e hora para nosso próximo encontro. Queria poder atender-te; achava que podia atender-te. Queria mais do que o sexo oral que fizeste, não por mim, mas por achar que uma relação a mais ou a menos não me faria diferença.
Errei, ao pensar sobre o assunto.
Que fique claro que você é uma menina sensual, e que maiores dificuldades não teriam aqueles que por você sentem desejo em invadi-la como pediu-me quando, após fazer-me vários carinhos e demonstrar o quanto és feminina e atrante, pediu-me de forma a assumir com você compromisso de fazê-lo em outra oportunidade.
Naquele momento, diante de sua lascividade, diante de tanto prazer que proporcionou-me ao sugar meu membro rijo e latejante, dispus-me a fazer o que pediste em outra data.
O que não podia prever, Pri (posso chamá-la assim, Priscilla?) é que não estaria em condições físicas de permanecer aguardando você durante a noite sem nem mesmo saber se lá estaria. Acreditava que você lá estivesse, que você não havia esquecido de nosso encontro mas, não posso negar, ao passar pela primeira – e única vez - diante do lugar onde você costuma ficar e onde marcamos para encontrar-nos, senti um certo alívio em não vê-la.
Um alívio que pouco duraria, faço questão de frisar. Isso porque ao vê-la alguns dias depois, passando diretamente sem ao menos poder explicar que estive lá no momento e local aprazado, me causou uma angústia. Me senti como um calhorda qualquer que faz promessas vãs a meninas como você que na rua, honestamente, fazem de seu trabalho seu meio de vida.
Não queria passar-lhe essa imagem, pouco me importando com o que pensa sobre minha pessoa ou sente ao meu respeito.
Me senti na obrigação de explicar-lhe, em tom de desculpa, que naquele dia estava por demais cansado para ficar aguardando sua volta – ou chegada - para possuir-lhe como pediste.
Se me agrada transar com você ao invés de fazer que beije, lamba e chupe minha pica acesa, é outra coisa... Prefiro ficar sentindo as sensações agradáveis que me proporciona ao fazer-me carinhos do que seguir numa experiência que me parece, ao mesmo tempo, agradável e inusitada.
Acredito que o verdadeiro egoísmo não é vivermos ao nosso modo. Egoísmo é desejar que os outros vivam como nós queremos. Ao mesmo tempo, acredito também que os pequenos atos que se executam, são melhores do que aquele grandes que se planejam. Prefiro explicar através dessas poucas linhas – esse pequeno ato - ao invés de prometer-lhe que, no futuro (que a nós não pertence!) a invadirei como desejaste naquele nomento que nos encontramos pela primeira vez e que me recordo com felicidade.
Não há excesso de liberdade se aqueles que são livres são responsáveis, pois o problema é liberdade sem responsabilidade. Ao prometer-lhe uma determinada conduta (encontrar-te na quinta-feira seguinte às 23:30, por exemplo) coloco-me na obrigação de cumpri-la. Sendo franco, nem por você nem por qualquer coisa, mas por alguns princípios que norteiam minha vida. Isso é mais ou menos o que escreveu um famoso filósofo grego chamado Aristóteles ao afirmar que O homem livre é senhor de sua vontade e somente escravo de sua consciência.
Assim, Priscilla (seria com um “l” ou dois?...) aceito a idéia que realmente forte é quem ousa e se aventura em situações novas, porque tem convicção íntima de que, se fracassar, terá forças interiores para se recuperar
Por isso lhe escrevo;
Por isso lhe explico que, se não fui suficiente paciente naquela data, é porque também acredito que as coisas devem acontecer quando a vida quer, quando essa coisa chamada destino toma pra si as nossas vontades e resolve quando as coisas que devem – ou não devem - acontecer, ocorrerão.A quem sabe esperar, o tempo de incumbe de abrir as portas.

Um grande beijo,

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