Chiara não mora mais aqui, ontem liguei na casa onde ela morava e ninguém mais atende, sei que não volta nunca mais, destino ignorado...nem me deu a chance de dizer adeus...eu sempre soube que um dia seria assim, Chiara é como o vento, nada a segura, nada a encerra, sopra na direção que quiser... “Selvagem é o vento”...
Voltávamos sempre juntos para casa, ela estava em busca de algo que não sabia o que era, falava com as mãos e sorria com os olhos, éramos parecidos em tantas coisas e tão diferente em outras...ela foi à única mulher em que eu não me sentia mal se ficássemos em silêncio...em alguns dias ela chegava apressada como sempre, mas quando sentava do meu lado ficava calma, só nos dizíamos oi e tchau e no intervalo disso ficávamos juntos olhando pela janela, algo me diz que víamos quase as mesmas coisas... “ Olhos diferentes, mas o mesmo brilho”
Chiara se foi para algum lugar bem longe do alcance dos meus olhos, mais ainda vive dentro de mim, ainda sinto o cheiro dos seus cabelos, adorava quando ela me dizia:
“Marco de tanto que te amo já não sei se realmente te amo, entende? Alguns sentimentos de tão grandes se perdem dentro de si mesmos”.
Chiara na verdade nunca me amou, mas eu amava por nós dois, sempre soube que ela é uma dessas mulheres que teria apenas por algum tempo, mas que passaria a vida toda pensando nela...Chiara é o tipo de mulher que mesmo se estiver calada canta aos seus ouvidos, que mesmo sem estar aqui, preenche qualquer vazio...no fundo queria muito ter a alma cigana como a de Chiara, no lugar onde tenho raízes Chiara tem asas, onde tenho medos ela tem coragem e onde eu tenho o coração ela tem nuvens.
P.S: Este texto é a visão masculina de “Chiara não mora mais aqui” e que é uma personagem muito recorrente em meu mundo das letras e que possivelmente algum dia ganhe um livro só pra si.
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