"Paris lança selo "livre de fumaça" para cafés e restaurantes
PARIS, 26 out (AFP) - A fama dos cafés parisienses de locais charmosos, mas esfumaçados, onde os fregueses fumam tranqüilamente seus cigarros na contramão de uma tendência crescente em todo o mundo pode mudar, promete uma nova iniciativa lançada pela prefeitura nesta terça-feira.
Junto com a principal associação receptiva francesa, a prefeitura anunciou que cafés, restaurantes e hotéis poderão, a partir de meados de novembro, receber um selo com a frase "este é um local 100% livre de fumaça".
"A operação segue bases inteiramente voluntárias", disse em entrevista coletiva Alain Lhostis, um oficial sanitário da prefeitura de Paris.
Os estabelecimentos que decidirem proibir o fumo em suas dependências, cederão "um novo espaço de liberdade para os parisienses", afirmou.
Segundo o sindicato Synhorcat, que reúne donos de hotéis, restaurantes e cafés, apenas 50 destes 1.200 estabelecimentos que funcionam na cidade são livres de cigarros e 20 outros expressaram interesse em se inscrever na iniciativa.
Os que fizerem o pedido receberão o selo com renovação anual, sujeita a inspeções sanitárias municipais para assegurar que a prerrogativa está sendo respeitada.
A iniciativa municipal vai mais longe que uma lei já existente - mais rigorosa, porém ignorada -, que exige áreas para não-fumantes nos estabelecimentos.
A inspiração para a idéia veio de outras cidades que adotaram uma linha dura contra o fumo, sobretudo Nova York, onde uma proibição em bares e outros estabelecimentos foi implementada em 2001.
Em março deste ano, a Irlanda introduziu uma das mais duras leis antitabagistas do mundo, ao proibir o fumo em quase todos os locais públicos.
A França aumentou os preços dos cigarros e hoje o produto é um mais caros da Europa, numa tentativa de reduzir os riscos sanitários associados com o vício.
Um terço da população francesa, de 60 milhões de pessoas, é fumante.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em todo o mundo, cerca de cinco milhões de pessoas morrem por ano vítimas de doenças relacionadas com o fumo e o número de mortes deve aumentar cerca de 10 milhões por ano até 2030, caso não haja uma redução do consumo" (Último Segundo, 26/10/2004, 13:04).
Atualmente, "apenas 50 destes 1.200 estabelecimentos que funcionam na cidade são livres de cigarros e 20 outros expressaram interesse em se inscrever na iniciativa", informa a reportagem.
MAS,
Não levará muito tempo para que os outros notem os bons resultados que terão esses cinqüenta ou setenta, e o número de locais livres de fumaça aumente consideravelmente.