Chora peito, deixa sair esta dor...
Ouço o soluço das minhas entranhas...
Na hora da verdade, doe a seriedade...
Este momento calou-me e a minha verdade não era a tua.
Mas, eu poderia evitar que sofreste, que passe o que passei...
Eu queria te proteger, não quero que nada de mal te aconteça...
Sei que não é este o tempo de está ao teu lado...
É hora de ir, afastando-se de mim...
Agora sei que não poderei cuidar...
Minha missão esta quase no fim...
Daqui por diante o que tenho que fazer será abstrato...
Cuidarei a distancia, daqui chorarei,
amarei e tentarei te proteger...
Gabriel, meu filho amado...
Não posso ser mais do que desejo...
Este é o ponto máximo de mim...
Existe um mundo que eu gostaria que conhecesse...
É um lugar inabitável...
Eu queria poder modelar para você...
Se ao menos eu soubesse desenhar, esboçaria.
Quero deixar para ti, este mundo inacabado...
De qualquer forma eu tentei...
Não era assim que eu desejava...
Mas, era isso que eu queria...
Minhas formas, minha estrutura não mais suporta.
Sabe pai, você deve ser um homem solitário.
Eu posso sentir isso.
Nenhum de nós foi capaz de uma aproximação...
Eu fiz a minha parte, quando te procurei...
Naquele instante e durante todo o trajeto,
bem antes de chegar perto de ti...
Fiquei imaginando que, quando cara a cara, você me abraçaria...
Mas, você não o fez!
Eu quis correr para teus braços,
deitar minha cabeça em teu peito e chorar...
Chorar de felicidade, de tristeza e principalmente de saudade...
Ficamos a distancia, desejando um ao outro.
Cada um de nós, estamos no mesmo mundo...
fazemos parte, vivemos no mesmo planeta,
e não sabemos quem somos...
Um dia fomos uma família...
E não nos conhecemos...
Lamento que não fomos capazes de ser unidos...
Que não lutamos para ficarmos juntos...
Os nossos fragmento, estão, vivem soltos no ar...
Um dia quem sabe, tudo isso ainda que espalhados no tempo,
juntem-se e tornam-se uma grande rocha...
Hoje somos uns pedregulhos soltos ao vento,
pequeninos grãos de areia...
Ou semente que o vento soprou para bem distante um do outro...
Quando chover, o peso da umidade pesará sobre este grão,
cairemos sobre a terra, brotaremos, florescemos e nos unimos...
Através de alguém que passará,
e por curiosidade arrancará esta flor...
Quem sabe será você ou eu.
E sem querer ou sem saber,
esta flor somos nós, a nossa família.
O perfume que exalar dela,
poderá ser o carinho que para nós, não foi permitido...
Por timidez, por falta de oportunidade, ou por covardia.
O destino nos separou, e eu, não compreendo o porque.
Há outras possibilidades!
De sermos uma lápide...
Ou um terreno reservado,
para o descanso de quem não precisa viver...
Sei que estas ai, aguardando-me...
O mesmo espero de você...
E assim o tempo cuida de nos afastar...
Porque somos covarde...
Nós somo únicos, e mesmo assim estamos só!
Vivemos só.
Nossos corações são tão desconhecidos...
O tempo passou, perdemos tanta chance de sermos uma família...
Aquela chama ainda queima, agora ninguém mais ver...
Está submerssa, em noites de garoa sentimos o cheiro do vapor...
Lá ainda existe vida, o calor que ninguém ver,
que ninguém percebe, eu posso perceber...
Estas coisas, agente sente.
KaKá Ueno.
23 11 01.
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