Sob o silêncio do dia acordei os sentidos pensando que o dia já tinha se exaurido. O meu coração então balbuciou que tempo, que horas seriam aquelas...
Saí de casa completamente atrasado, sem tomar café, sem ao menos me lembrar que dia era aquele. Estava transtornado, com a face voltada pro chão como um animal de estimação, sem alfabetização nemhuma.
Quando cheguei na parada, no meio de uma grande multidão tentei subi no lotação. Nós que estavamos alí, pareciamos todos da mesma empresa e consequentemente com o mesmo relógio, não vimos que alguém caiu no chão.
Todos entramos, quando rolamos a roleta e o ônibus já estava em movimento, vimos que uma senhora passava mal lá na parada. O meu coração entrou em parafuso, pedi pro ônibus parar, enquanto os outros só olhavam e sem gritar, sem fazer qualquer alarde.
Enfim consegui descer... A senhora estava pra morrer, fiz sinal a uma viatura e eles a levaram-na ao pronto atendimento.
Quando sentei a cabeça me deu um grande medo de viver, pois as pessoas estão robôtizadas, televisivamente paradas. Iceberg!
Foi quando consegui respirar e olhar o sol despertar as flores da mangueira, com cantos típicos dos pássaros locais, me senti ou retornei ao planeta terra.
A pesar de nós, o amor na natureza existe e com ele a vida que é breve, parece eterna.