Tenho andado com a consciência pesada:machuquei, exatamente, aquela pessoa a quem devia tratar sempre com o maior desvelo e o maior carinho.
Fico tão constrangido que nem gosta de me olhar no espelho.
É grave defeito nosso enxergar a vida pelo prisma maior dos nossos próprios olhos. Parece estranha tal afirmativa, mas esclareço melhor: temos uma perspectiva que se apoia nas concluisões que tiramos das nossas convicções que, por sua vez, são forjadas pelos conceitos apriorísticos que temos das coisas e das pessoas. Daí, por ilação, queremos que os fatos sejam analisados do mesmo modo que os analisamos, que as pessoas reajam em face de um determinado acontecimento dessa ou daqueloutra maneira, ou sej, tal e qual reagiríamos.
Bem, sem justificativa, abusei da explosão verbal, da ofensa, do modo irrefletido de responder a uma frase mal interpretada, pondo areia numa relação tão marcada por coisas belas e fatos dignos de permanecerem indelevelmente na memória.
Aqui vai a carta do perdão. Nela eu ponho minha alma pelo avesso, recomponho minha conduta e peço uma nova chance.