Às vezes me pego pensando em você, mas assim, como um acontecimento igual a tantos outros na minha vida. Faço comparações e até encontro alguma identidade com outros fatos, pessoas que também encontrei no meu trajeto. Chego a imaginar e, até mesmo concluir, que a gente faz sempre tudo igual mesmo variando os tipos, as pessoas. É mesmo.
Fazer as coisas de maneira igual é como estar sempre mostrando a marca registrada. Acontece, também, de se aprender coisas novas e as incorporamos à nossa maneira – isto quando a coisa é boa.
Ouço pessoas falarem e, quando me dou tempo, fico recordando o timbre das vozes que já ouvi e como essas vozes mudam, quando sussurram. Vozes encorpadas tornam-se músicas quando sussurram. Bocas que se calam cedem lugar aos beijos. Olhos eu param visam o interior e viajam no espaço... Acontece com os olhos negros, castanhos, esverdeados e cobreados. Aconteceu com seus olhos, mesmo que nunca tiveram se espelhados nos meus olhos castanhos claros.
As mãos. Tantas as mãos que trocaram calor com as minhas e que, em simbiose, nos percorremos – menos as suas nem as minhas!
Mesmo não tendo saudades, gosto de lembrar os encontros acontecidos e os que deixaram, mas que poderiam ter acontecido se, de fato se houvessem querido.
Mas não tem importância. Seja aqui, lá ou acolá, quer seja o que tenha acontecido ou não, foi por mera arte desta vida maravilhosa, quando se é ator ou atriz deste infinito palco – o mundo!
