Só um sonho
(delírios que um poeta sente quando pensa em você, DOCE POETISA)
A noite muito quente me faz ir nu para á cama. Nessa hora fecho meus olhos, mas o sono não vem e o vazio no colchão ao meu lado, sob o lençol, me incomoda. Sinto uma dor pungente na alma, porque você não está ali comigo.
De olhos fechados deixo que meu coração viaje. Que ele corte os ares sobre mares cintilantes e calmos, se separe de mim e da dor que sinto. Que chegue até um lugar muito distante e se entregue ao seu bel prazer.
Sua imagem, DOCE POETISA, que domina o meu pensamento o tempo todo, vai ficando opaca. Um esgotamento muito forte, trazido pela ansiedade, toma conta de mim.
Tenho um sorriso cálido nos lábios nesse momento. Um sono calmo toma conta de mim enquanto penso na mulher que amo.
Pouco depois você chega e me vê ali deitado. Tira sua roupa, com calma, e a deixa jogada pelo chão.
Entra sob os lençóis, bem devagarzinho, e deita o seu corpo ao lado do meu. Chama o meu nome, com muita doçura, faz meus olhos abrirem e te ver.
Nós nos entregamos aos abraços, apaixonados e cheios de desejo. Trocamos carícias demoradas saboreando a doçura do momento. Sentimos ardores divinos em nossa alma, causados pela paixão que as domina. O nosso ventre queima, com o gozo da nossa carne, nessa hora de posse e entrega.
Um raio de sol invade o meu quarto, e machuca os meus olhos quando os abro. O mesmo vazio, no espaço ao lado, permanece.
O lençol está molhado pelo suor do meu corpo, que viveu uma noite de amor solitária e minhas pernas meladas pelo jorro da ejaculação que tive sonhando com você.
CARLOS CUNHA : produções visuais
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