O que fiz, fi-lo por espontânea tendência, gosto e num rápido improviso de meios que ainda tenciono melhorar sensivelmente. Por consequência, Rosa-Rosinha, não tem que agradecer, já que a sua carta-poema me caiu integral num daqueles sítios da alma onde costumo guardar os carinhos poéticos que a vida me vai proporcionando.
De resto, Rosa-Rosinha, tenho um enorme defeito ensarilhado numa enorme virtude: danço sempre consoante a música e desta não saio dê para onde der. Trato naturalmente bem quem bem me trata. Trato naturalmente mal quem mal me trata. Num ou noutro parâmetro não sei mesmo qual é o limite. Como não temo qualquer espécie de arcano, estou-me nas tintas para "o ir preso por ter cão e por não ter". Nas tintas me estou também para aqueles que têm opinião sobre tudo sem de facto terem visto as arestas da ocorrência.
Entendo integralmente o soro que brota de sua mensagem e sobretudo o pacífico desígnio onde habitam seus pensamentos. Por isso mesmo vou tentando seguir na esteira de quem marecidamente se revela isento entre o complexo humano.
Uma beijoca bem portuga para Você, Rosa-Rosinha.
António Torre da Guia |