Caro Edmar :
Só agora tomei conhecimento de sua prezada carta de 1 de Novembro transacto. Não tenho por hábito ignorar propositadamente quem bem me trata e a mim se dirige correctamente.
Assim, agradecendo-lhe a intenção que me atribui, que de facto é sincera e séria, estou de resto plenamente de acordo com as alusões que traça em relação ao ambiente literário da Usina.
Enfim, seja no que for, a experiência vai-nos dando a necessária tarimba para enfrentarmos as ciladas que em qualquer situação inevitavelmente surgem.
Pela minha parte e no que à minha participação na Usina concerne, vou deveras doravante dedicar-me exclusivamente a escrever liberto de qualquer impositivo pessoal e sobretudo cortar de uma vez por todas com as réplicas às eventuais provocações que maugrado sobre mim recaiam. Acima de tudo trata-se de uma nefasta perda de tempo que nada-mesmo-nada produz.
Um luso e considerado abraço. Disponha.
António Torre da Guia
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