Hoje, começo do outono, estamos quase no fim do terceiro mês do ano 2005. Mas, no passado, estaríamos no início do ano. Esse ano fora do eixo terrestre se deve a Júlio César, imperador romano.
Há alguns milênios, o homem não sabia contar o tempo, além dos dias.
Os sacerdotes caldeus, grandes observadores dos astros, constataram que o tempo se repetia em ciclos regulares, que poderiam ser notados, tanto pelas condições atmosféricas, quanto pela posição do sol nascente, quanto pelas estrelas que aparecia no céu.
Verificaram os caldeus que, no período mais frio do ano, o nascer do sol era mais para o lado direito do observador que olha para o sol nascente; e, nos dias que se repetiam com mais calor, o sol aparecia mais à esquerda do observador. E, como as estrelas que apareciam no céu ao anoitecer sempre voltavam a ser as mesmas naquelas mesma fases, criaram as medidas do tempo que correspondem ao que chamamos ano.
Observando que a Lua tem também um ciclo regular, tanto pela sua forma quanto pelo momento em que aparece no oriente, dividiram o ano em meses, correspondentes ao ciclo da Lua.
Também criaram a semana, em homenagem aos sete astros então conhecidos do sistema solar: Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno.
A data escolhida para o início do ano foi o início da Primavera setentrional, correspondente ao nosso outono. Se tivéssemos adotado o calendário dos caldeus, hoje estaríamos no início do ano.
Hoje, não usamos o calendário lunar, porque não há correspondência exata do ciclo lunar com o ciclo solar; doze lunações são menos de um ano.
Vários povos formaram seus calendários, com algumas variações. O antigo calendário romano de Numa Pompilio tinha apenas dez meses, dando uma diferença muito grande de ano para ano.
Quando Júlio César fez um calendário melhor, acrescentou aos dez meses existentes Januarius e februarius, que correspondem aos nossos janeiro e fevereiro. Entretanto, mudou o início do ano de martius (março) para januarius (janeiro). Como ele determinou que o primeiro ano de seu calendário começasse na primeira lua nova após o solstício, ficamos com o início do ano em um dia que não tem nenhum correspondente astronômico atualmente, uma vez que os anos seguintes não corresponderam à lua nova. O Papa Gregório, que criou o atual calendário, alterou muito pouco no calendário Juliano. Assim, começamos em primeiro de janeiro o ano que deveria estar começando hoje.
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