Quero me embebedar com a luz clara dos arrebóis; quero ouvir a música doce dos ventos, trazida dos lugares mais remotos do nosso planeta; quero ter nas mãos um ramo de flores coloridas e trescalantes; quero ouvir o marulhar inquieto das ondas, o vai-e-vem incessante das marés; quero o vôo audaz dos pássaros ligeiros, o pipilar dos ninhos;quero ouvir o aboio saudoso do vaqueiro nas quebradas dos sertões esquecidos;quero ver as velas brancas das jangadas fugidias; quero ver o sorriso das crianças brincando álacres no festival da vida; quero ouvir a conversa simples das quitandas, dos bares, das esquinas; quero ler os livros que me embalaram os sonhos da infância; quero ouvir de novo a voz de meu pai declamando as poesias mais bonitas; quero lembrar a infância dos meus filhos; quero sair pelo mundo afora cantando a beleza da vida, das coisas mais velas da vida e que Deus, na sua infinita bondade de Pai nos dá todas de graça!