Caro Dinba
Agradecendo-lhe a informação e comentário sobre o "tu-e-você", peculiar mistura que a maioria dos cidadãos brasileiros utiliza na mesma frase, no seguimento da consideração a João Bosco, mais acrescento.
Há dias, com base num êxito teatral brasileiro que no momento se exibe em Lisboa, o Jornal de Notícias publicou uma entrevista com o tarimbado actor Paulo Autram. Este, entre outras diversas considerações de azeda critica cultural, afirmava a dado passo: "A mediocridade da televisão actual cansa-me".
No transacto "Dia da Mãe", o terceiro canal português SIC exibiu uma aberrante mixórdia, onde, sob a desmiolada batuta do homossexual Herman José, se parodiou as mães de Ché Guevara, de Churchil e de Salazar.
Mudei de imediato para o canal 2 da RTP e deparou-se-me um polémico debate sobre a mortandade automóvel nas estradas portuguesas. O responsável pela sinalização rodoviária lamentava-se com a falta de verbas para pagar a divulgação de campanhas preventivas à televisão.
Bem, então, há espaço e tempo televisivo para massacrar os telespectadores com porcarias abolutamente medíocres, e exige-se dinheiro para levar a efeito a educação pedagógica e útil dos cidadãos?
Ora, captando e relacionando o sumo aos quatro itens que acabo de expor, desde logo se constata a quem cabe por inteiro a responsabilidade do tempo esconso e miseravelmente medíocre que os países lusófonos estão perpassando no primeiro lustro do século XXI.
Queira-se ou não, a educação é a seiva essencial do ser humano. Até dos outros animais é. No entanto, os governos e as televisões alheiam-se do problema que gera os diversos males e fatalidades que hoje em dia apoquentam aflitivamente os respectivos povos.
E não será com palavras, não, que as coisas no futuro se encaminharão razoavelmente. Infelizmente, terá de ser através da violência, pois consabe-se que não há outra alternativa para desalojar a cambada de corruptos que se instalou no poder e daí se entretece tácita e sub reptíciamente em toda a sociedade.
Lusas saudações
António Torre da Guia
O Lusineiro |