Texto disponibilizado aos alunos quando da divulgação de suas notas:
Observações: As notas aqui apresentadas, principalmente as Médias Finais (MF), representam uma tentativa de mostrar a atuação do aluno no semestre todo. Essa não é uma tarefa fácil, pois este é um sistema complexo resultante das relações estabelecidas entre alunos, professores e a busca do conhecimento, esta nem sempre verdadeira, que permeia o sistema. As outras notas do quadro mostram um “histórico” do aluno e fazem as MF terem mais representatividade. E como pode se perceber, conforme havia sido falado no primeiro dia de aula, esta disciplina não tinha e até hoje não tem por objetivo reprovar alunos. Esse não pode ser objetivo de nenhuma disciplina! Ficou claro para todos que quiseram ouvir que não há aqui a proporcionalidade direta entre a chamada “boa disciplina” e o número de alunos reprovados. Essa lógica castradora e intimidadora, infelizmente não pouco utilizada, não faz parte da abordagem libertadora de P. Freire, E. Morin, H. Assmann, B. Nicolescu e L. Boff, nossos referenciais educacionais. De forma consciente ou não, referenciais educacionais existem para qualquer disciplina. Nossos referenciais teóricos, por outro lado, já são mais conhecidos do mundo clássico, tirados de conhecidos textos, de onde saiu o conteúdo ministrado. Quero comentar, entretanto, que não é porque todos os alunos foram aprovados (exceto os que não quiseram, ao não participar das atividades propostas) que estão dispensados de continuar a buscar o significado da Física Experimental. Muitos, aliás, precisam entender ainda o significado da essência da verdadeira Física, a Physis, de um ponto de vista ético e complexo. Segundo Isabelle Stengers, uma das principais colaboradoras de Ilya Prigogine, “ética é quando a ciência se transforma numa aventura ligada ao sentimento de êxtase”. Não me parece que decorebas exagerados, excessos de conteúdo e stresses provocados por provas e tarefas massacrantes (para não usar outros termos menos adequados) possam fazer parte da ética científica de Stengers. No entanto, não estão autorizadas, por conta disso, reclamações infundadas e posições pessimistas contundentes que possam advir de alunos que não se envolvem em nada que eles avaliam superficialmente como fútil. É por essas e outras razões que qualquer avaliação é sempre um desafio! A própria avaliação deve levar à reflexão profunda e à aprendizagem, dizem nossos referenciais educacionais citados acima. Reflitam! Mesmo que vocês tenham críticas com relação a esta disciplina, o que é saudável, reflitam sobre esses temas e, se quiserem, tirem lições para o curso que freqüentam e para a própria vida. Quero comentar que as provas e os relatórios entregues, em geral, estavam bem feitos e escritos. Para muitos grupos, mostrou o esforço de aprender de verdade, lendo, discutindo, buscando referências, fazendo medidas, avaliando posições diferentes dos colegas, etc... Os maiores problemas aconteceram com relação ao uso de algarismos significativos e cálculos de propagação de erros. Alguns grupos deixaram de fazer alguns itens e outros entregaram os trabalhos dias e até semanas após o prazo, o que implicou na multiplicação dessas notas particulares por um fator menor que 1,0 por uma óbvia questão de justiça com quem entregou no prazo solicitado. Novamente saliento que, depois de considerar todos esses itens, o aluno que ainda tiver dúvidas quanto a sua nota, terá 05 (cinco) dias úteis a partir da data da divulgação da mesma para rever sua pontuação com o(s) professor(es), em horário a ser marcado previamente com o(s) mesmo(s).
Botucatu, aos 28 de junho de 2005
Prof. Dr. Ivan Amaral Guerrini
Responsável pela disciplina de Física Experimental I
Curso de Física Médica
UNESP - Campus de Botucatu