Estou retornando à minha terra...para férias. Depois de seis meses aqui na cidade planejada, no centro de poder da nação, onde as últimas notícias são tão deprimentes que nos deixam, como salientou um deputado federal amigo, com "depressão cívica".
Mas, no dia primeiro, esquecendo toda a canseira que resultou de um trabalho que me desvaneceu com os seus números estatísticos, vou retemperar as energias à beira mar, olhando as velas brancas do Mucuripe saindo para pescar e levando as mágoas de tantos sonhadores para as águas fundas do mar.
Rever os meus entes queridos, comer um peixe fresquinho, sentir no rosto a brisa leve que vem do mar, sentir as cores os os odores da minha terra, onde, anos atrás, minha mãe arremnessou às águas verdes e bravias do Atlântico, o meu umbigo, fazendo a ligação irremediável da minha vida e do meu destino àquelas águas inquietas do mar de Iracema.
Vou curtir os dias de julho, ensolarados, de céu azul, praias repletas, conversas amenas.
A minha cidade é assim: sol, praia, jangadas, água de côco, peixe bom, povo hospitaleiro...Enfim, o melhor do Ceará, na verdade, é o seu povo.
Lá, deixando um pouco a aura de autoridade, eu serei apenas o filho dos meus pais; o pai dos meus filhos e o avô dos meus netos. Tenho dito.