... Mas outros, santinho, chateiam mesmo um tipo até ao ponto de não haver outra saída senão tomar medidas radicais. Quando assim é - como no famigerado caso do Iraque - o número de justos eliminados suplanta de longe o montante parasitário. Porca de vida esta!...
Eu sei. De ápice nervoso, sempre que sou apanhado de sopetão, também sou daqueles que a atirar pedras para o lago, exclusivamente aquelas que me atiram primeiro, procuro fazer o máximo de ondas possível. Todavia, desde há muito que trago comigo a convicção, caso estivesse ao meu alcance fazer explodir o mundo e levar alguns sacanas comigo, de ceder em favor daqueles que são deveras justos e correctos. Como não tenho ímpetos naturais para actos de "terra queimada" - como é no momento a evidência de alguns israelitas - prefiro avalar em demanda de outras paragens do que prejudicar quem não tem culpa alguma dos meus aborrecimentos, enfim, clara e explicitamente, das minhas "merdas".
Sou mesmo deveras tenaz quando me proponho lograr seja o que for, desde que o alcance objectivado seja minimamente plausível. Prezo-me imenso de ser inteligente e de aquilatar no mais curto tempo possível a dimensão das coisas. Adoro os burros a sério, mas não sou de forma alguma burro humano, indigno de comparação com tão pachorrento e benquisto animal. Posso pois intrometer-me com algo gigantesco, mas sempre à guisa de Diógenes: evoco o sol para não fazer a vontade a César.
Posto isto, pergunto: quanta imbecilidade será precisa para que exista quem se predisponha, sob voluntária teimosia acéfala, destabilizar e até tentar destruir um sítio de cultura popular na Internet que, ainda por cima, não tem um outro que se lhe equipare em liberdade de utilização?
Vou daqui já beber um, dois ou três copos, cogitando pragas íntimas ao tão perfeitíssimo endeusamento em que a maioria dos humanos acredita. Em face de tal deus, se deveras existisse, só levando em conta as clamidades que permite em nome de nada, arre, chiça, apre, se não tentava, pelo menos, dar-lhe um grande estaladão. Sucedesse depois o que sucedesse. É assim pois, "por uma coisa de nada" - como bem referiam os versinhos de meu tempo primário - "que a capoeira fica toda alvoraçada".
Porra, e eu que estou a abarrotar de saber disto! Em teoria, claro.
António Torre da Guia |