Hoje escrevo para você, Brasil, pátria de todos nós, tão vilipendiada, tão maltratada, tão desrespeitada.
Será esta a pátria que desejamos legar aos nossos descendentes?
Será esta a sociedade que com tanto sacrifício ajudamos a construir?
Ouço ops acordes do Hino Nacional e vejo, ao longe, para os lados da Praça dos Três Poderes a vandeira auri-verde tremulando na brisa leve desta manhã de setembro. Sem querer, começo a pensar nos vultos que merecem estar no Panteão de pátria: José do Patrocínio, José Bonifácio, Duque de Caxias, Barão do Rio Branco, Rui Barbosa, Clóvis Beviláqua, Sobral Pinto, Eduardo Gomes, Milton Campos, Juscelino...Onde andam? Que entressafra duradoura de homens notáveis!
Hoje é só tristeza, corrupção, embuste, ídolos de pés de barro, superhomens de proveta.
Você não merece isto, Brasil. Não foi para esta paisagem descolorida, feia, vergonhosa que os nossos avoengos edificaram uma nação.
Rogo a Deus, neste Sete de Setembro, que logo, mais cedo do que se imagina, saia o nosso país deste abismo pavoroso, deste mar de lama e consiga alçar vôo de condor, ocupando o seu lugar merecido no concerto das nações, ganhando, por fim, a sua independência!.
