É dezembro... Mês de Natal e, coincidentemente, de meu natalício.
Deste-me um presente “duplo”, então.
Aquele livro que mandaste, dizendo que era a minha cara, lembras? “O divino Ofício dos poetas”, escrito por um grupo da Faculdade de Letras da Universidade de Belo Horizonte.
Estou absorvendo cada página. E adorei o prefácio, onde figura a deliciosa frase:
“SOMOS SEMELHANTES AOS DEUSES QUANDO CRIAMOS OU QUANDO EXPERIMENTAMOS UM ATO CRIADOR. A CRIAÇÃO E O ATO DE CRIAR FAZEM-NOS, DE CERTA FORMA, POTÊNCIA PURA, INSTÂNCIA DIVINA”.
Que presente bem-vindo, adorado filhote... A quem conheci menino, sem ainda saber ler, ou escrever e, hoje, presenteia-me com uma obra de gosto tão refinado.
Tantos se esforçam em dar-me coisas que agradem, por vezes, gastando tanto e o presente fica lá, esquecido no fundo da caixinha, ou na rica embalagem, sem lhe dar uso...
Mas o teu livro é um presente vivo, cativante, pois que trata de assunto que me fala à alma. Fala de Rilke, Blake, Shakespeare... E vai de Caetano, Gil à poesia do Canto Gregoriano.
Magnífico, Edu, adorei!
A propósito, comoveu-me a citação de II Timóteo 1:13, no teu cartão que acompanhava o livro:
“... faço memória de ti
nas minhas orações,
noite e dia.”
Neste Natal, vou presentear-te com um poema, despretensioso e de improviso, que sairá agora:
PARA TI, EDU!
Luz de teu olhar,
Negros olhos
Que faíscam
Na tua pele morena...
Alma pura,
Coração de seda
No peito a palpitar...
Abre-se em segredos
Na forma de criança
E teus anseios transportas
À luz de uma esperança...
Doce labutar
De um dia feliz
A tansformar-se em sede,
Na ânsia de viver...
Lembranças gratas,
Daqueles áureos dias
Que de ti ainda guardo,
Meu doce e meigo
Eduardo...