Minha amiga, pode acreditar em mim, o seu conselho é muito difícil.
Rezar por quem nos fez tanto mal, perdoar todo aquele sofrimento, os dias de angústia, a necessidade de enfrentar as coisas à base de tranquilizantes, pela primeira vez na vida, a transformação do tranqüilo ambiente de trabalho num poço de inquietude e decepções, enfim, toda aquela negatividade, toda aquela inveja sufocada, quem sabe, anos a fio, cultivada num silêncio conspirador, num ódio disfarçado...
Mas, confesso, voui tentar!
Afinal, a lição de Cristo repousa no amor, único sentimento destinado à criação, pois o ódio, ao contrário, vai nos consumindo, começando por nós mesmos, nos trasnsforma em besta-feras, animais que rosnam e babam e só sabem viver da ira, da indignação, da raiva...
Vou tentar seguir seu conselho, pois sei que você deseja realmente o meu bem, quer ver-me caminhando para o alto, para a perfeição inatingível, mas ainda, desejável.
Vou tentar procurando lembrar-me que há muitas e muitas outras coisas mais importantes na vida do que ficar num canto cultivando e ruminando ressentimentos... Obrigado.