Repasso, com autorização do autor da carta, considerando que não a vi publicada, conforme ele supôs e com a qual concordo integralmente.
Abs,
Graça Salgueiro
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Mandei hoje o seguinte texto para a "Cartas aos Leitores" do Globo, baseando-me exclusivamente em matérias publicadas naquele mesmo jornal, já conhecido como "Diário Oficial", por só divulgar, como a Rede Globo de Televisão, notícias do interesse deste governo, em particular, como sempre o fez com seus antecessores, surfando na onda das benesses do poder.
Sei que há muito estou "bloqueado" naquela coluna, mas decidi me aventurar após verificar que alguns dos seus principais articulistas, com a "dúbia" jornalista citada e há poucos dias o Alexandre Garcia, estranhamente começaram a se manifestar contra este estado de coisas a que temos assistido.
Vou testar se estão apenas acendendo uma vela a Deus e outra ao diabo ou se continuam na trilha ideológica anterior, quando defenestraram o Olavo de Carvalho após ele denunciar os verdadeiros objetivos do "Foro de São Paulo", de transformar parcela da América do Sul, sob a liderança de Chávez e Lula, num satélite de Fidel Castro.
A carta:
Provocando o país
Confirmando o teor da coluna de Miriam Leitão publicada nesta 3a. feira por este jornal, este governo parece não acreditar na indignação popular com as denúncias de corrupção que o envolvem, bem como que estas e outras práticas aéticas não podem mais se perpetuar neste país.
Sem que até agora nenhum dos principais acusados dos recentes escândalos tenha sido punido, é revoltante ver como a certeza da impunidade encoraja este mesmo governo anunciar a liberação de vultosos créditos para emendas parlamentares e renegociar cargos públicos em troca de votos nas eleições para a presidência da Câmara dos Deputados. Afinal, é muito fácil se livrar depois das acusações desta prática de corrupção: é só novos Valérios e Delúbios negarem que o Presidente e seus Ministros da Fazenda e do Planejamento de nada sabiam, mas são pessoas de bem, que tiveram uma infância pobre, que a mãe era analfabeta e outras desculpas esfarrapadas, pois o mal já foi feito sem conseqüências para seus culpados.
Jorge Humberto Adro de Souza, Capitão-de-Mar-e-Guerra, T-RM1, carioca e residente no Rio de Janeiro.