Alguém tem que estar mentindo. Mas quem está dizendo a verdade?
“O objetivo é aprovar ou não a proibição da venda. A medida, já adotada por países como Austrália, Japão e Reino Unido, pretende reduzir o número de armas legais em circulação para evitar que elas acabem nas mãos de criminosos. Na Austrália, que adotou essa política na década passada, os homicídios à bala caíram pela metade num espaço de cinco anos. (Época, 03/10/2005)
Há doze meses o governo da Austrália editou uma lei obrigando o proprietários de armas a entregá-las para destruição. 640.381 armas foram entregues e destruídas, num programa que custou aos contribuintes mais de US$ 500 milhões. Os resultados, no primeiro ano, foram os seguintes:
Os homicídios subiram 3.2%, as agressões 8.6%, os assaltos a mão armada 44%. Somente no estado de Victoria, os homicídios subiram 300%. Houve ainda um dramático aumento no número de invasões de residências e agressões a idosos. Os políticos australianos estão perdidos, sem saber como explicar aos eleitores a deterioração da segurança pública, após os esforços e gastos monumentais destinados a "livrar das armas a sociedade australiana". (Felix Maier)
Em estado de choque devido ao massacre cometido por um louco, em 1996, a Austrália baniu modelos automáticos e semi-automáticos e tirou de circulação 700.000 armas, o equivalente a um sexto do arsenal do país – mas o número de homicídios se manteve inalterado. Na Inglaterra, desde o banimento das armas com calibre superior a 22 milímetros, em 1997, os crimes de morte aumentaram 25% e as invasões de residência, em torno de 40%. "Com a população desarmada os riscos são menores para os criminosos", diz o economista americano John Lott, autor de dois livros sobre desarmamento. "Os marginais sentem-se mais seguros para invadir as casas mesmo que os proprietários estejam dentro, o que potencializa a violência dos assaltos." (Veja, 05/10/2005).
Agora fica a dúvida: o desarmamento não teve resultado positivo nem negativo sobre os homicídios na Austrália, ou os homicídios caíram mesmo “pela metade”, ou "os homicídios subiram"?
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