Violência chega ao interior de Minas
(Cristiana Andrade/Estado de Minas)
(Isabella Souto/Estado de Minas)
Em Minas Gerais, cidades do interior, que até então pouco registravam crimes violentos com arma de fogo ou contra a pessoa, viveram o fênomeno na própria pele, se comparados dados do ano passado com os de 2005. Montes Claros, por exemplo, no Norte do estado, registrou aumento de 25,06% no primeiro trimestre de 2005, em relação ao mesmo período de 2004, segundo dados do Núcleo de Estudos em Segurança Pública da Fundação João Pinheiro (FJP). Já os casos de homicídios registraram alta de 107,96% em suas taxas médias, de 0,80 crimes por grupo de 100 mil habitantes, em 2004, para 1,66 ocorrências por 100 mil pessoas este ano. São considerados crimes violentos pelo Código Penal brasileiro, homicídios, tentativa de homicídio, estupro, roubo e roubo a mão armada.
“Houve um grande aumento de delitos com armas de fogo no interior, o que tende a causar maior letalidade. Uberlândia, Montes Claros e Governador Valadares apresentaram maiores taxas de homicídios por armas de fogo este ano em comparação a 2004. Vale ressaltar que municípios como Buritizeiro, João Pinheiro, São João del-Rei, Joaíma e Araçuaí, que até então não tinham muitas ocorrências de crimes violentos contra pessoas, em comparação ao ano passado, esse ano figuraram entre os que registraram muito alta criminalidade” , explica o coordenador do projeto Boletim de Informações Criminais de Minas Gerais, produzido pelo Núcleo de Estudos em Segurança Pública da Fundação João Pinheiro, Marcus Vinícius Gonçalves da Cruz.
A Polícia Militar de Minas se recusou a repassar dados estatísticos sobre ocorrências, alegando que as instituições públicas foram proibidas de se posicionar sobre o referendo, atendendo determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ESTADO DE MINAS não pediu à PMMG que se posicionasse sobre o sim ou não do dia 23, solicitou apenas dados envolvendo crimes nas áreas rurais do estado, da Patrulha Rural da PM.
Segundo a delegada Yukari Miyata, titular da Diretoria de Estatística da Coordenação Geral de Segurança da Polícia Civil (Coseg), não há dados estratificados por “fazendas ou sítios” e, sim, ocorrências policiais em áreas rurais, distantes do núcleo urbano. “Mesmo na capital registramos ocorrências em zonas consideradas rurais: bairros mais distantes de centros comerciais, por exemplo. As ameaças, geralmente, são as que figuram com mais freqüência nas estatísticas”, diz.
Por aí se vê como autoridades já estão preparadas para manter o povo desinformado. Mantendo o povo sem informação, fica mais fácil convencê-lo a se desarmar.
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