Pondo de parte o fundo musical e o conteúdo das palavras, sinceramente - sem submeter-me à tendência de ser propositadamente agradável para me fazer agradar - sinceramente, repito, a vocalização é excelente e invade o repouso dos deuses detentores do muito belo. Assim, tal e qual ouvi, sob meios técnicos muito pouco apurados, impressionou-me sobretudo a forma de dizer, impetuosamente tranquíla...
Impetuosamente tranquíla?!... Tem algo de paradoxal, né?... Mas é essa a exacta impressão que se recolhe da declamaçãozinha. Se não és uma tarimbada profissional, apre, andam lá muitas e muitos que bem poderiam fugir quando chegasses. Presumo que deverás ser tremendamente impressionante a recitar, por exemplo, o poema de José Régio, o Cântico Negro.
E porque é mesmo como é, aqui fica a minha opinião ao sair fluentemente da tecla sem prévio rebuscamento empolado.
Parabéns... Estou ouvindo deliciadamente mais uma vez: ♥ * ♥ * ♥
MINUTO 1
Um minuto é pouco tempo
Mas um minuto assim
Passa por dentro de mim
E leva meu pensamento
Para algures no firmamento
Voando em céu de anil
Com a minha voz ao vento
Até Você... No Brasil...
♥ * ♥ * ♥
MINUTO 2
Neste minuto sereno
Quero levar-te a canção
Através da minha voz
Num carinho tão ameno
Que te pulse o coração
E que ilumine o teu rosto
Molhado de tanto gosto
Pela trilha da ilusão...
♥ * ♥ * ♥
Será esta uma das estupendas formas de concretizar a poesia numa realidade virtual?!...
António Torre da Guia |