Li atentamente, Ex.ma Amiga, a sua longa carta-mensagem-desabafo e, embora lamentando, obviamente, o embaraço pessoal que se lhe depara - presumo que a Amiga terá competência bastante para solucioná-lo - só umas quantas palavrinhas suas me impeliram a esta intervenção pública:
"Neste momento eu não sei se devo permanecer ou não neste site..."
Como soer é dizer-se, Dona Ivone, é exactamente aqui que "bate-o-vinte": sou de opinião que não devemos abandonar nunca aquilo de que gostamos.
A Usina, infelizmente, à volta do problema em apreço, dada a liberdade de expressão que permite, não tem forma de evitar as nefandas ocorrências que se sucedem nos mais diversos aspectos.
A Usina, dá-nos dia a dia o exemplar resumo real da vida. Os humanos são como são e, depois de o serem - convenço-me - só a morte trabalha para melhorar a humanidade. Não há meninos salvadores. Somos nós que temos, sim, de salvar os meninos vindouros.
Por consequência, querida Amiga, seja forte, corajosa e estóica, não se deixe avassalar pelo que deveras está mal e carece de veemente frontalização, nem que também má seja.
A Usina e o idioma português precisam do seu contributo, muito especialmente no Brasil, bela Pátria onde a nossa língua tem o seu primordial vulcão.
Dona Ivone, os vulcões, para se manterem, precisam de deitar lavas. Não desanime, revigore-se e tome como providencial estimulante as contrariedades.
Com os melhores cumprimentos e sempre ao dispor,
António Torre da Guia |