Para Alkíria e, no contexto, para o PoetAmigo Edmir.
Alkíria, em sua crítica sobre DIZERUDITO,
muito bem escrita, por sinal, e em poucas linhas. No que um pseudo-escritor gastaria, talvez,
umas cinco páginas, ela o fez num texto sucinto
e suavemente expressivo, de onde copiei algo que me fez voltar a ler:
"Linguagem comum, incomum. Simples sem ser simplório. A poesia, mesmo sem lógica
tem o poder de transformar."
(Alkíria)
Ah!
A poesia... Diz tanto
Querendo dizer nada
Às vezes confunde
Com sua peripécia
De "dizer" o que quer
Nas suas capciosas formas
De versos delirantes
Ou numa prosa arrebatadora
Teria razão, Pessoa,
quando diz ser
o poeta um fingidor?
Não creio!
O poeta é algo assim
como o destempero do mundo:
Pode
na suavidade
embevecer
Como
no distúrbio arrasador
arremessar
barulho de trovão...