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Cartas-->Exílio voluntário na Itália -- 25/11/2005 - 09:20 (Hull de la Fuente) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Milano, 13/08/06


Querida Lourdeca, saudades!

Para minha alegria e também de seus dois fãs aqui do Consulado, recebi suas adoráveis cartas em meio a uma turbulência que já virou rotina, no dia-a-dia do Consulado.

Fiquei feliz com as notícias daí. Muito boa a sua carta para o governador, rimos pra caramba. E aí? Ele respondeu? O Edir, que não acredita em político nenhum, disse que você foi muito boazinha com o “Colombo” (risos). Ah! Por falar em ovo, pombas! Quem foi que falou em ovo? Por falar em Colombo, no mês passado fomos a Gênova. Um pouco complicada pra se conhecer num único fim de semana, pois é toda construída sobre montanhas. Confesso que pra andar lá, é preciso ser um pouco cabra montês, ainda bem que existe “la funiculare” (bondes que sobem os morros agarrados como lagartixas). “Comunque”, Genova tem muita coisa pra ver, é uma cidade cheia de histórias, vale conhecer. Fomos ver a que teria sido casa do Cristoforo Colombo, o genovês (é como eles chamam o Cristóvão, o navegador). Vimos também um monumento ao referido navegador e muitas igrejas lindíssimas, palácios, castelos, mas não dá pra ver tudo num só fim de semana. Felizmente Gênova está distante de Milão apenas uma hora e cinqüenta minutos, de trem. Perto né? Ah! O Edir achou certa semelhança entre o dialeto genovês e a nossa língua portuguesa, ele tem razão; observamos que as cidades portuárias, todas, sofreram muita influência dos marinheiros de todas as partes, os portugueses andaram muito por aqui, daí os dialetos ficam mais compreensíveis ou não. Visitamos também o aquário submarino, muito belo. Agora chega de Gênova.

Achei uma gracinha vocês terem presenteado as crianças com um cachorrinho. Criança sem cachorro não sabe o que é ter infância. Nas esqueça de somar ao orçamento, as despesas com veterinário (risos).

Quanto a comprar casa aí, num sei não... Tenho medo de morar em casa. Sinto-me observada. Sua pergunta me fez parodiar Carlos Drummond: “Quando me acontecer alguma pecúnia, compro aquela casa sugerida por você, encho todos os aposentos com as pessoas de quem eu gosto, deverá ter o alarido de vozes infantis em toda parte, me agradará ouvir o latido alegre de um cão amigo. Haverá também um espaço para o gato preguiçoso do meu filho.Tudo isso acontecerá com a acontecência da pecúnia.”

Por falar no Raulito, minha nora virá nos visitar no mês que vem, ficará um mês. Parece que a situação entre os dois está mais ou menos estabilizada. Já tracei um lindo roteiro de viagem, a primeira etapa será Paris, claro. Espero que na França esteja fazendo bom tempo, pois este verão está mais parecido com outono. Isto me faz lembrar o meu irmão postiço, ele diz que sempre que vai a Paris, encontra um tempo “soturno”. Já pensou Paris soturna? Só na cabeça do Ruy. Eu prometo fazer um relatório de viagem pra você. Ah! E fotos também.

Obrigada pelas notícias da turma da SEPLAN (ainda é assim o nome? É o Ministério que mais muda o nome, mas devia mesmo era mudar de política econômica). É claro que dei boas risadas com a descrição do seu encontro com a Sandra: “Loura! De farmácia! O cão!” Só você pra nos fazer rir assim.

Amiga, receba o nosso abraço carinhoso e muitos beijinhos nos seus filhos. Até a próxima semana.

Hull

P.S.: Despachei pelo correio as camisas do Milan e da Internazionale.

Per te, un verso:
Genova è ritrosa come una bella ragazza
Che no si mostra.
Però se s’innamora
Scopri tutto,
Anche la felicità. (Petrucci)
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