Sábado, um pouquinho bêbado, desci pro Pacaembú disposto a pagar 150 “paus” prá ver o Pearl Jam. Afinal, quem é o Pearl Jam. Li no Estadão que o Pearl Jam está para a década de 90 como o U2 para a de 80. Devo ter passado a de 90 em outro planeta.
...meu rádio parece que tem fantasmas... é sério, vozes fantasmagóricas por traz do Rod Stewart cantando “you’re in my heart, you’re in my soul...” e da Marisa Monte “o que me importa, se para mim a vida terminou...”.
Bom, no Pacaembú, muitas “gentes”, muitas tribos, tipos de todos os tipos. Bonitas e bonitos, feias e feios, jovens e coroas, bêbados, drogados, cambistas, mendigos, bandidos, polícia. Não consegui entrar, mas acho que foi mais legal ter ficado do lado de fora.
Hoje de tarde, a Tahia me ligou, "mucho loca" como sempre. Sabe o que eu tenho percebido? Que quando a pessoa está descompendada, surtada, ela fala com a boca quase fechada. Que nem a mãe do seu sobrinho... claro que eu nunca percebi isso em mim. Óbvio!
Mas se ela (a Tahia) estiver bem em Paraty, quem sabe se com a ajuda da Fernanda a gente não consegue despirocar de uma vez.
“...garota eu vou prá Califórnia... o meu destino é ser star... tão de repente que não sente...”
Como já falei e tenho cada vez mais certeza, a estrada é para frente. NÃO VOLTE ! ! !
Melhor sozinha na merda que junto com o diabo no inferno.
A solidão é dura, triste. Mas é só sua. Depende só de você mudar isso.
E você, como eu, ainda tem um colo de mãe e um ombro de pai (por mais difícil que ele seja... o pai).
O Pedro, como o André, são flechas... nós arcos... e dos bons.
Os dois já foram preparados e atirados pro mundo.
Preocupe-se só com você.
Comprei um tênis novo. Pela primeira vez, em mais de 25 anos, um par de tênis que não é prá jogar tênis. Quem sabe ele me ajuda a botar o pé na estrada.
Fora isso, tirando o pescoço, ombro e costas do lado esquerdo que doem prá caramba, ou prá caralho, dependendo da intensidade da dor, tirando o cisto de Baker no joelho esquerdo (25 anos de tênis... devia ter ficado no surf) e tirando a safena da perna esquerda, (“tirando” mesmo, porque tenho que arrancar fora), o resto tudo bem.
Acho que sempre fui tão “direitinho” que o meu lado esquerdo ou “sinistro” resolveu se rebelar.
No fim, fui acabar como amante de uma mulher casada. Pedi a ela que, ao contrário das outras, não levasse pedaços meus, mas que me ajudasse a encontrar os que espalhei por aí. Ela não levou nenhum pedaço. Levou tudo de uma vez.
Foi a última coisa importante que me aconteceu.
Será que aí em frente na estrada ainda tem mais alguma coisa ? ? ?