Antes de viajar, enquanto espero o carro, leio Mário Quintana que, no embalo dos seus versos, conduz-me pelas ruas de Porto Alegre ou, quem sabe, pelas ruas tantas que os poetas inventam, sonham, vivem e imortalizam.
De repente, na minha imaginação, surgem cataventos, fantasmas, menininhas, delírios, recordações.
Olho pela janela e vejo o verde que renasceu após as primeiras chuvas. A paisagem molhada nos transmite uma idéia de limpeza, pois o firmamento está impregnado de um cinza lavado, carregado de vapor d água.
O interfone toca. É o porteiroi avisando que o carro já está lá embaixo me aguardando. Estou saindo de férias, creio que merecidas, depois de tantos processos resolvidos.
Vou para minha terra, para pereto de minha mulher, meus filhos, meus pais e o meu pedacinho de mar.