Estou de volta. Andei por aí. Senti o cheiro inconfundível da minha terra, onde meu umbigo ficou enterrado, marcando fortemente a ligação entre o ser e o torrão. A terra sofrida, castigada muitas vezes pelo sol inclemente, berço de gente lutadora, cujo pé, como disse o poeta: "ainda emigra e ainda povoa".
E o bairrismo sadio que me acode não tolda meus olhos nem impede que eu enxergue tantas mazelas que por lá existem. Mas, isto é outra história, dela cuidarei noutra oportunidade.
Vale agora dizer, tão somente, que na minha perigrinação andei também pelos States, curti a casa que erigimos ali, onde em cada canto ficou retida uma saudade de gosto ameno, meio doce, meio azedo, mas sempre gostoso de se sentir, gravando as horas de convivência com os nossos filhos ainda adolescentes, num tempo em que era possível viajar despreocupadamente, enfunar as velas da imaginação e dos sonhos, deixando o barco das ilusões singrar os mares repletos de tantas ilusões e de tantas quimeras.
Esquecer um pouco a realidade, retirar do chão os pés, flutuar, levitar, pois a realidade nua e crua é amarga demais, insuportável demais, donde ser imprescindível, aqui e acolá, dar uns bons mergulhos na fantasia e nos recantos mágicos da recordação.
Por isto eu estou aqui de voltar, retemperado, já entusiasmado com as pilhas de processos que me aguardam.
É bom tirar férias porque ninguém tem estrutura férrea, mas o caminho da volta é formidável...é maravilhoso.
