Sinto sua falta, sinto falta do seu carinho, da sua proximidade. Também eu
tenho a febre do amor.
Não sei se isso é coisa de poeta, se é coisa de gente sensível ou se é meio normal (o que é meio normal é anormal?).
Mas sei que existe muito, mas muito amor acumulado dentro do meu peito, que às vezes faz meu coração se parecer com um vulcão prestes a explodir.
É tanto esse amor, que não exige que a gente deixe de amar as pessoas que estão à nossa volta, que fazem parte do nosso convívio, que aprendemos a amar, muitas vezes, desde a adolescência.
É um amor que só pede que se dê vazão a ele, que deixemos o coração agir livremente, doando-se a quem nos cativa, nos envolve, nos ama também e nos proporciona
alegria e felicidade.
É esse amor que pede e clama por você. Por sua presença, por suas palavras, por seu carinho, por sua atenção, por sua dedicação. É esse amor que vê no amor idêntico a ele, que talvez exista dentro de você, o fiel companheiro, o alimento para que ele cresça cada vez mais.
É esse amor que transforma minutos em séculos quando você está ausente ou se distancia, e que também transforma em segundos os momentos em que estamos juntos e gostaríamos que não terminassem ou sequer fossem interrompidos.
É esse amor que me transporta à adolescência, ressuscitando a vontade de passear de mãos dadas na praça, num parque, na praia, nas ruas mal iluminadas, nos campos. Que traz de volta a ansiedade pelos bilhetes repletos de confissões de amor, dos telefonemas que nem sempre chegam no momento esperado, da hora que não passa e adia o momento do encontro.
É esse amor que me leva de volta aos bailes da juventude, à vontade de dançar novamente de rosto colado, sentindo o calor do corpo do parceiro, sua respiração ofegante enquanto sussurra a letra da música tocada.
É esse amor que me transfere para as praias semi-desertas, onde o cenário destaca tão somente a nossa presença, deitados na areia morna, namorando gostosamente, ou correndo feito crianças, para um mergulho nas águas que refletem o pôr-do-sol ou a lua prateada.
É exatamente esse incrível e imenso amor que me rejuvenesce, que faz com que eu me sinta saudável, cheia de vida, com energias renovadas, com força para enfrentar todas as pedras que possam surgir no caminho, retirando-as com carinho para que eu possa seguir em frente, tal como o leito do rio que segue seu destino para o grande encontro com as águas do mar.
Talvez seja por causa desse incomensurável amor que eu me sinta a mulher mais amada do mundo, até nos momentos em que tenho a sensação do vazio, da ausência, da indiferença ou da distância às vezes imposta ou necessária.
Amar deve ser assim... O sentimento que muitas vezes nos faz sofrer, seja pela dor da saudade, do desentendimento, da ausência, da inconstância, do silêncio, do desprezo, da incompreensão, do desdém, mas que nos leva a sonhos, viagens, projetos, fantasias, delírios e sensações ímpares de vida plena de felicidade.
É por tudo isso e muito mais, que eu amo tanto você!