Pai!
Nesta oração te peço por todas as mulheres.
As que ainda meninas brincam com bonecas,
As que já adolescentes sonham apaixonadas,
As que, preocupadas, esperam por seus maridos
As que, aflitas, rezam pelos filhos que estão fora,
As que, ansiosas, aguardam a chegada do bebê,
As que, doentes, temem pelo trabalho que podem dar,
As que, em silêncio, amam eternamente,
As que, agitadas, não conseguem esconder o que sentem,
As que, abandonadas, passaram a ser mãe e pai,
As que, infelizes, são exploradas por maridos,
Companheiros, pais, patrões, bandidos.
As que, subservientes, esquecem sua personalidade,
As que, companheiras, choram num leito de morte,
As que, doentes, padecem inúteis numa cama,
As que, felizes, aguardam pelo casamento,
As que, de cabelos nevados, nos ensinam,
As que, corajosamente, enfrentam toda sorte de problemas,
As que, impiedosamente, pouco dormem se dividindo,
As que, orgulhosamente, são profissionais irrepreensíveis,
As que, sem enxergar outra opção, vendem seus corpos,
As que, maternalmente, passam fome pra não faltar alimento aos filhos,
As que, solidariamente, se doam altruisticamente,
As que, sofrendo, choram caladas e escondidas,
As que, cansadas, ainda sabem sorrir, cantar e falar,
As que, estudiosas, buscam o desenvolvimento próprio,
da família, da empresa, do Estado, do planeta.
As que, com o coração partido, choram a morte de um filho,
As que, por ignorância, não lutam pelos seus direitos,
As que, com afinco, cumprem suas responsabilidades,
As que professam suas crenças sem desdenhar as outras,
As que salvam vidas, direitos, saúde, esperanças,
As que entregam seu amor e carinho às crianças,
As que educam, ensinam, aprendem, lutam,
As que gostaríamos de ter perto de nós e que já não nos pertencem,
As que nos observam de um plano maior, abençoando-nos,
As que temos vontade de gritar o tempo todo o quanto as amamos,
As que se mostram indiferentes mas, no íntimo, são muito gente!
As que nasceram do nosso ventre e amamos docemente,
As que estiveram em nosso ventre e não viveram com a gente,
As que nos deram a luz e nos amam infinitamente,
As que não têm onde morar e dormir,
As que não têm um lar, nem onde ir,
As que são violentadas, estupradas, desprezadas,
As que já não sabem sorrir,
As que só pensam em partir,
As que amam sem ser amadas,
As que são amadas e ainda não aprenderam a amar,
As que são irreverentes,
As que são sérias e as inocentes,
As que se encontram asiladas,
Por suas famílias abandonadas,
As que estão exiladas,
As que são determinadas,
As que sentiram a guerra na pele
As que estão com seus corações feridos,
As que sonham com seus maridos,
As companheiras, as parceiras,
As mulheres de todas as raças e cores,
As mulheres de todas as línguas,
As que não vêem, não falam, não ouvem,
As que não podem se locomover,
As que esperam, a cada minuto, renascer,
A todas as Suas filhas, Pai, eu Vos peço:
Que todas as Suas bênçãos sejam derramadas sobre elas!
Minha homenagem à Mulher, neste Dia Internacional da Mulher