Falar do quanto eu te quero bem, não é muito fácil. Mas eu sei que não é preciso que eu diga, pois você bem sabe disso.
Sei, também, o quanto é delicioso ouvir, de quem a gente ama, a afirmação de ser amado.
Às vezes não dizemos através de palavras, mas sim através de atos. Detalhes. Detalhes tão pequenos de nós dois. Uma única palavra, uma flor, uma música, uma estrela. Um suspiro, um sonho, um pensamento. Detalhes que nem sempre podem ser vistos ou ouvidos, mas que existem e que, quem ama, é capaz de senti-los, de ouvi-los, de palpá-los.
Tocam a alma, penetram o coração. Fazem-se presentes a todo instante. Comovem, provocam lágrimas e sorrisos. Tocam, profundamente, o nosso ser.
A existência do amor, algumas vezes, se manifesta, até, através daquilo que, antagonicamente, pode também ser interpretado como sua inexistência: o silêncio.
Mas existe algo que nos permite divagar mais do que o silêncio? Ele pode fazer com que nos sintamos esquecidos, desamados, desprezados, abandonados.
Porém, o mesmo silêncio nos permite divagar, meditar, viajar, imaginar, sentir sensações de amor intenso não declarado, não divulgado, não desejado.
E por que o silêncio, se quem ama tem consciência do quanto é importante para o ser amado saber-se amado, saber-se importante, saber-se especial, saber-se o responsável daquele sentimento que brota e se expande dentro de um coração, às vezes de forma tranqüila, repleta de paz, de sublimidade, de querência, mas, também, às vezes de forma passional, ardendo como chama, doendo dentro da gente, necessitando ser extravasado sob pena de nos causar o efeito de uma explosão que contamina todo nosso ser, penetrando cada uma de nossas células, exteriorizando-se no ar que respiramos para que novamente seja aspirado por nós?
Falar de amor, declarar o amor, sentir-se amado. Só é possível para quem ama verdadeiramente.
Mas é certo, também, que o amor às vezes machuca, e o medo da dor nos silencia. E não existirá a dor se simplesmente calarmos? Existirá sim. Ela apenas não é demonstrada.
Por que a dor quando o amor é correspondido? Afinal de contas, o amor não é a tradução da felicidade, da pureza de sentimentos, da alegria de nos sentirmos capazes de viver a melhor de todas as bênçãos, além da vida, que o Mestre dos Mestres nos presenteou?
Talvez porque, mesmo correspondido, ele gera outros sentimentos. Provoca a saudade, a vontade de estar junto, o medo de perder. Perder como? Falta-nos a consciência de que nunca perderemos quem amamos, quem nos ama. Pelo mais sublime de todos os motivos: o amor é eterno!
O amor verdadeiro não nasceu nesta vida tampouco terminará com ela. Ele está arraigado dentro de nós. Nascemos com ele e apenas aguardamos o momento certo para reencontrá-lo, para vivê-lo, para abraçá-lo.
E, nesse abraço, o apertamos contra nós, às vezes até asfixiando, mais uma vez preocupados com a falsa idéia de que ele poderá nos abandonar, nos substituir, nos esquecer.
Falsa idéia sim, porque ele é nosso, porque somos um do outro e talvez ainda não tenhamos consciência plena disso.
Mas o tempo, o inesgotavelmente paciente tempo, nos apresentará todas as respostas. Porque o tempo nada mais é do que o instrumento utilizado pela Vida para contribuir com a nossa evolução e o nosso aprendizado.
Não posso temer, nem esconder, o quanto eu amo você. E não posso negar que ouvir isso de você é como sentir a presença física de Deus em cada gota de orvalho, em cada pétala de uma flor, em cada estrela que brilha no céu.
Que todos os seus dias sejam os melhores de todos já vividos! Porque eu amo você!