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Cartas-->À consideração da MILUSINA = À Mãe Derradeira -- 07/05/2006 - 14:18 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Entre abrupta confusão de ideias este belo e imponente exemplar põe-me de lágrima no olho...

Em referência ao teu texto adiante inserto, esclareço que te pedi fotos da Bia, de corpo inteiro em várias poses e situações, tão-só - repito - tão-só, para tentar um desiderato ilustrado que tenciono dedicar-lhe.

Creio que conheces bem qual a minha definitiva opção entre o humano genérico e um cão, sem medo algum de assumir publicamente este pendor.

Um outro, quiçá como eu desiludido com a humanidade, deixou-nos a célegre frase: "Quanto mais conheço os homens, mais gosto dos animais". Ora, pois, em meados de 2006, sem presumir acrescentar algo ou enlevar-me mais eloquentemente sobre a consabida expressão, considero: sobre o homem genérico, evito quanto possível conhecer mais o que quer que seja, embora no percurso da minha existência, mais ou menos e vítima da pressão tácita, tenha passado por idêntico comportamento.

Assim, no que concerne às alusões que teces sobre as tuas próprias fotos, das duas, uma: se não estás em brincadeira bem humorada, estás, sim, pelo menos equivocada sobre a objectiva e única intenção com que te solicitei as poses da Bia. O que pedi antecedeu intimamente o espontâneo desejo de uma criança com 67 anos. Adiante...

Entre nós e pela minha parte, não deixarei nunca flores, sejam elas do cariz que for, caídas no chão. Se não me for possível replantá-las, pelo menos, cuidarei de colocá-las numa saudosa jarrinha de procelana chinesa, que herdei de minha Mãe, até que murchem e me infundam nostálgico sentimento. Às vezes está completamente vazia, mas eu sinto-a permanentemente florida.

Neste ensejo, ocorre-me lembrar conceptualmente aos eventuais leitores, que a amizade, como outra coisa qualquer, não se logra por milagre. A amizade cultiva-se, apura-se-lhe a semente, cuida-se-lhe do desenvolvimento e aguarda-se com fé que se revele entre nossas mãos, fulcral e eminente como o pão. Só a partir daí se saboreia tranquilamente sem receio algum de que nos faça mal.

Tenho a sensação de que, a esta "distância-tão-perto", a relação que ao longo dos anos fomos estabelecendo sobrelevará todos os joios da vida e logrará escapar sobriamente sádia a ponto de tornar-se em saboroso pão espiritual.

A terminar, neste Dia da Mãe - mais um que tenho a dita de passar nesta "estúpida-e-estupenda" vida - dedico-te representivamente, entre dois repenicados beijões, o poeminha que a seguir exponho. A incisiva palavreta com que o termino, quanto mim, cabe com integral propriedade em seu exacto sítio.



À DERRADEIRA MÃE



A confusão está feita
E há milénios mais se adensa
De janela pra janela...
Cada porta mais se estreita
E nós, após a nascença,
Só nos resta fugir dela...

Cada mãe foi a cancela
Que se abriu à fruição
Da predação comandada,
Grotesca, enorme goela
A cujo futuro em vão
As mães não servem pra nada...

Em científica escalada
Entre as mãos do mundo louco
Vejo a "lágrima de preta"(*)
Na proveta da alvorada
Transformar-se a pouco e pouco
Num filho feito à punheta!...

António Torre da Guia

(*) - alusão ao poema de meu saudoso mestre António Gedeão = Rómulo de Carvalho
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