Usina de Letras
Usina de Letras
110 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62821 )
Cartas ( 21344)
Contos (13289)
Cordel (10347)
Crônicas (22569)
Discursos (3245)
Ensaios - (10541)
Erótico (13586)
Frases (51213)
Humor (20118)
Infantil (5545)
Infanto Juvenil (4875)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1380)
Poesias (141099)
Redação (3342)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2440)
Textos Jurídicos (1965)
Textos Religiosos/Sermões (6300)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cartas-->AO POETA DO ROCK’N’ROLL -- 02/07/2006 - 10:10 (Jayro Luna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
[AO POETA DO ROCK’N’ROLL]
Paulo Leminski (1)

Meu caro roqueiro Jairo Jhade Galahade [pseudônimo poético de Jayro Luna na década de 80], foi com prazer e curiosidade que recebi o seu pequeno volume de poesias intitulado misteriosamente de Bagg’Ave. Não sei ainda o que significa, mas me parece ser uma palavra cunhada por você, me traz sonoridades como Baghavida Gita e bagagem. Percebi o cuidado que você tem com o vocabulário, palavras como “florchameja” (recuperação de vocábulo do Sousândrade), “briluze”, “protexto” demonstram esse trabalho. O artifício de suas rimas, como no poema “Hendrix”, a recuperar para o contexto da contracultura uma sonoridade mallarmaica: ônix, fênix, mandrix, mix, cálix, hendrix. Esse mandrix, já por si um dos mais famosos trocadilhos contraculturais. E, ainda, a fênix colocada entre a rima de físsil com míssil, tudo a ver no caso do apocalíptico Hendrix.
O seu “Rock Barroco” é um dos melhores poemas que li dos marginais nos últimos tempos. Um palimpsesto de caráter barroco, com sutilezas vorazes vindas de Gregório de Matos. Você sabe ao que me refiro, seu poema foi construído, tomando por base estrutural sintática um poema do boca do inferno, mas você o recria num contexto paradigmático completamente novo, surpreendente, inusitado. Aquela metáfora das cordas de guitarra com a linha do trem e a nódoa do jeans nos apresenta uma imagem que eu diria caleidoscópica. Aliás o poema “Caleidoscópio” sabe brincar com o ritmo das imagens do referido objeto por meio de repetições rítmicas e vocabulares. Esses são apenas alguns exemplos que fazem com que eu o aclame como o mais novo poeta paulista do rock’n’roll. Espero que os caminhos da poesia sejam para você uma espécie de pé na estrada com direito a definição de itinerário.
(Curitiba, jun./85)
________________________
Nota:
1.Carta datilografada em papel fino, sem data, autografada. A data provável é a partir do envelope do correio, ilegível quanto ao dia.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui