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Cartas-->ROCK AND ROLL EM GRANDE ESTILO -- 02/07/2006 - 10:29 (Jayro Luna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ROCK AND ROLL EM GRANDE ESTILO
Luiz Fernando Ruffato

Confirmando que boa parte da poesia brasileira de qualidade não passa pelos grandes circuitos, não sai das oficinas das grandes editoras e (infelizmente) não é conhecida do grande público, basta ler o pequeno (mas enorme) livro de Jayro Luna, "Bagg Ave".
Reunindo 32 poemas num livro de bolso (bolso de camisa, diga-se a bem da verdade), onde a temática é o rock e suas adjacências, Jairo consegue nos legar um livrinho que se filia, formalmente a dois grandes (e quase únicos) épicos da poesia brasileira: Jorge de Lima (em "Invenção de Orfeu") e Marcus Accioly (em "Sísifo").
Em "Bagg Ave", o leitor encontra todo o ciclo do rock e sua influência junto aos jovens, na nova tomada de consciência e nova postura frente à sociedade, muitas vezes, podre. E a poesia de Jairo tem fôlego, porque a cada página ela presenteia o leitor com o que ele sabe de melhor, utilizando, para mostrar o seu tema, desde sonetos tecnicamente perfeitos (de deixar babar muito acadêmico), mesmo que esse uso seja para ironizar, até a poesia concreta, que ele também demonstra sacar numa boa.
E Jairo consegue fazer que sua poesia, em momento algum, seja pedante, mas mantém um grande estilo o tempo todo. Drogas, movimento hippie, rock, expressões americanizadas, jeans, heróis de histórias em quadrinhos, enfim, tudo o que compõe o universo jovem, a quem, na tentativa de marginalizar, cunha-se de alienante, Jairo capta, coma precisão antropofágica do Modernismo da primeira hora.
Se o título do livro, "Bagg Ave" é um mistério, não o são os poemas que o compõe, que dão a melhor prova da poesia ainda subterrânea que é feita aqui e em outros lugares. E essa poesia que, lutando contra tudo, vai se impondo, num circuito alternativo, que ultrapassa, em número e qualidade, o circuito oficial. Para quem não conhece Jayro e não vai poder conhecer, só resta ter pena deste País que não é feito de homens e livros.
_________________
Luiz Fernando Ruffato, Jornal de Cataguases, dez./1986
(L.F. Rufato, autor de Mamma, Son Tanto Felice: Inferno Provisório - Vol. 1 e Mundo Inimigo: Inferno Provisório - Vol. 2, Record, 2005; Os Sobreviventes, Boitempo, 2000; Eles eram muitos cavalos, Boitempo, 2001)
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