A tertúlia "opened always", entre cujos convivas eu sou por mero acaso o mais velho, não tem chefe ou qualquer espécie de estatuto regimental. As iniciativas convivenciais surgem por proposta individual e transformam-se ou não em efeito colectivo segundo o parecer miolar do todo que emana numas lautas patuscadas e saudável convívio.
Assim, por ordem alfabética, temos: Carlos, Jaime, Luís, Marco, Mário e Torre, que são os que actualmente se mantêm em rodagem contínua. O que sabemos da vida íntima e particular uns dos outros é tão-só superficial e também nada nos preocupa esta vertente. Os que vão entrando ou saindo no "opened always" fazem-no a seu bel prazer, sem carecerem de apresentar qualquer tipo de satisfação. O Alex, um jovem ucraniano muito fixe que de momento está a trabalhar em Espanha, tem memórica presença entre os tertulianos.
Ora, há uns tempos, apareceu entre nós o "doutor" Francisco, sociólogo a frequentar um mais alto grau na Universidade do Porto e, na sua disponibilidade, bombeiro voluntário, condutor de ambulâncias. Aproximou-se, foi simpático na abordagem e em breve começou a participar sem reservas das actividades da tertúlia.
De repente, zás, estourou a bomba. O "doutor" Francisco, habilidoso que nem rato de esgoto e em sequência às historiazinhas que a pouco e pouco foi contando, lesou monetariamente dois dos nossos amigos. Um deles foi ao ponto de comprometer-se num dado lado para socorrer a imperiosa necessidade do sociólogo.
Fica pois o alerta, já que a tertúlia chegou à conclusão de que o "doutor" Francisco será um habitual contador de histórias com o único fito de lesar o próximo por formas deveras muito porquinhas.
Claro, se a tertúlia calha de apanhar o "doutor", de certeza absoluta que vamos ter arroz de frango com sangue a dobrar e à moda de Fafe.
António Torre da Guia |