Ela estava ali na minha frente, solene, altiva, segura. Cerrava os olhos quando falava. Procurava marcar as palavras com uma segurança nunca dantes percebida. E eu escutava silenciosamente, acompanhanado as frases com muita atenção, concordando com a sabedoria que delas emanava.
Guardei bem a última frase, talvez a mais importante de todas, aquela que encerrava a filosofia mais equilibrada e correta: eu estou sempre ligada no presente; o passado é, apenas, uma referência vaga. Leio os jornais, vejo os noticiários da TV, eetou em contato com a vida. O passado embota a memória, retira da gente o contato com o dia de hoje. Não quero dizer que o passado não tenha a sua importância, mas tudo dele já foi vivido, não serve mais. O que interessda mesmo é o dia de hoje, é a vida que não pode passar em vão, precisa ser vivida minuto a minuto, antes que se torne passado.